Como o objetivo deste blog acredito não seja somente divertir mas também informar, venho aqui depois de muito tempo sem tempo para informar aos leitores e colegas uma situação que tem incomodado não Só a mim mas a muitos cidadãos Sinopenes. Eu como professora me sinto na obrigação de me expressar a respeito do assunto. Desde o dia 16 de fevereiro de 2011, os profissionais da rede municipal de ensino encontram-se em greve, os profissionais reforçam que a paralisação tem como objetivo incluir todo a categoria no Plano de Cargos Carreira e Salário, com jornada única de 30 horas semanais, de acordo com a escolaridade e tempo de concurso na prefeitura, entre outros pedidos. Tenho acompanhado a muita distancia esta manifestação e visto alguns comentários muito infelizes tanto por parte dos profissionais que reivindicam quanto da imprensa local (alias esta sempre tem o dom de fazer comentários infelizes). Seguem aqui alguns artigos pseudo-imparciais que podem fornecer mais informações sobre o ocorrido http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?edt=29&id=162443 http://www.sonoticias.com.br/noticias/3/122390/sinop-servidores-em-greve-cobram-mais-acao-e-menos-discurso-de-vereadores.
Mas minha idéia aqui era realmente expressar o que sinto sempre que vejo uma greve de professores. Sempre, e eu me coloco neste barco também, que tentamos reivindicar melhores salários ou melhores condições de trabalho, somos vistos como vagabundos, como desordeiros, que quando não vemos alguns pais irem a televisão ou a imprensa e falarem “ eu trabalho o dia todo e por um salário mínimo e não estou reclamando” concordo que se você faz isso e não reclama (o que eu duvido) você deve ser um artista, mas pergunto? Quando você vai ao medico, você acha que ele se sujeitaria atende-lo (se funcionário publico) por um salário como o de professor, ou por menos de 100 reais a consulta, isto sem contar especialistas e exames. Se você vai a um medico, por exemplo, cardiologista, ele aceita também examinar seu ouvido nariz garganta ou um joelho??? Por que é isso que fazemos em sala de aula, alem de nosso trabalho de repassar conceitos, ensinar o que nos foi repassado na faculdade, temos que educar, ser psicólogo, pai, mãe, assistente social, psico-pedagogo. E por ai vai. Fora o tempo que não é contado quando estamos planejando em casa, preparando aulas trabalhos corrigindo provas durante fins de semana feriados madrugada. Para depois ouvir alguém dizer, eu tenho que trabalhar o dia todo, com os professores em greve, onde vou deixar meus filhos? Não somos babas, somos professores, e apenas exigimos respeito, já que como a imprensa local diz não temos uma profissão de prestigio. Quando vejo a propaganda na televisão do IDEB, e penso, espera, agora temos valor?? Vejo todo dia propagandas do governo incentivando as pessoas a tornarem-se professores, mas não há dom que agüente baixos salários, e falta de condições. Quem quer estudar para ganhar mal. Estou sim revoltada porque amo minha profissão e penso, será que não é possível se viver bem sendo professor? Não peço pra ganhar uma fortuna, mas o justo, e ter condições de trabalho descentes.
